@luigienricky
Análise | American Gods: Temporada 3 - Uma temporada com vários nada simultâneos
Procurando palavras dóceis para tentar explicar a atrocidade do que assisti, a terceira temporada de American Gods (finalmente) chegou ao fim na Amazon Prime Vídeo com seus lançamentos semanais que não deram certo, escolhas de continuidade sem sentido e escalação de atores só para atrair mais fãs, fizeram desse rolo de café com bolo a coisa mais confusa que assisti em 2021 até agora (e olha que já tivemos até discurso presidencial esse ano).

Algo errado não está certo
Queria dizer que não da pra entender qual motivo a série só foi ladeira abaixo já na sua segunda temporada, mas seria hipocrisia da minha parte, pois sei exatamente o que vem acontecendo, fazendo todo aquele encantamento desaparecer. Ainda que tenha tido alguns momentos lindos na temporada atual, como a aparição dos Orixás, a série não conseguiu emplacar, nada faz sentido.
Se você já viu a temporada dois e achou puro enrolação, saiba que a três consegue se superar no requisito. Cheguei ao ponto de achar Laura Moon a personagem mais interessante da história. A Laura Chata Moon! Cês têm noção da gravidade?
Na divulgação da temporada, soubemos da presença de vários atores maravilhosos que deram até uma animada, como é o caso de Iwan Rheon (Game of Thrones) e Dominique Jackson (Pose) que contribuem absolutamente em p* nenhuma, ainda que Iwan até faça algo relevante que tem como consequência uma das poucas reviravoltas da temporada.

Guerra das chacotas
Na primeira temporada já soubemos que Wednesday tava afim de recrutar uns deuses antigos pra descer o sarrafo nos novos deuses e reivindicar seu lugar de direito de ser adorado. Ok! Acontece que ele já encontrou vários desses deuses que simplesmente não davam a mínima para essa guerra, a maioria deles foram apresentados e esquecidos.
Três temporadas depois e a guerra ainda não da nem sinal que vai acontecer. É uma piada de mau gosto que se tornou piada até para os personagens (que convicção, hein?). Até o próprio deus protagonista já desistiu da ideia e agora quer paz fazendo o espectador que aguentou até o fim se sentir o maior otário da televisão.

As jornadas de cada um...
Infelizmente, por mais passador de pano que você possa ser, não da pra ajudar American Gods, vamos lá... Os personagens mais interessantes até aqui, Bilquis e Technical Boy, ainda que tivessem tido certo destaque na temporada, toda a evolução que tiveram não agregou em nada para a história, talvez funcione como uma ponte porcamente construída para a vindouro (e torturante) quarta temporada.
Shadow Moon (o protagonista) ficou a temporada toda tentando construir uma relação sem graça com uma personagem sem sal, numa cidade medíocre, tentando resolver um assassinato óbvio para qualquer pessoa minimamente desenvolvida. Uma trama que, diga-se de passagem, sem pé nem cabeça com a trama principal onde inventaram uma deusa do nada só pra justificar. Mesmo sendo uma passagem real da história original, foi produzida com o bum bum pelo pessoal da série.
Salim, mesmo com um episódio super bonitinho sobre se reconhecer, não passa de um bocó que fica correndo atrás de macho desde que apareceu na primeira temporada. O único entretenimento de qualidade que nos sobra é Laura Moon, que, pelo menos ela, conseguiu fazer a história monótona andar um pouco.

Temporada 4 vem aí...
Para sofrimento de quem não consegue abandonar uma série pela metade por mais ruim que ela seja, no final da temporada, ficaram alguns ganchos para uma sequência. Realmente espero que seja corrigido tudo de errado até aqui. O bom da Amazon não ser igual a Tu-Dum que sai por aí cancelando séries, é que eles têm a chance de arrumar uma série com tanto potencial e dar um final digno a ela.

