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  • Foto do escritorGiulia K. Rossi

Análise | Caminhos da Memória -Mistura perfeita de ficção científica e investigação?

Ambientado em um mundo distópico, o filme Caminhos da Memória, estrelado pelo veterano Hugh Jackman, segue um tom sombrio, típico das produções noir dos anos 50. Contudo, será que o longa consegue recriar um novo clássico, misturando ficção e investigação, tudo combinado com as novas tecnologias do século 21?


Hora da sinopse!


No filme, com roteiro e direção de Lisa Joy (Westworld), somos introduzidos a uma Miami pós apocalíptica, onde a maioria das terras foram inundadas e as pessoas trocam o dia pela noite. Para relembrar os seus momentos de glória, a maioria da população gasta seu tempo (e dinheiro), utilizando os serviços do ex-militar Nick Bannister (Jackman), que opera máquinas de reminiscência, aparelhos que permitem revisitar memórias.


A trama começa (depois de uma introdução beeem lenta e metafórica) assim que Nick conhece Mae (Rebecca Ferguson), uma atraente cantora de boate. Os dois logo iniciam um intenso romance, que é interrompido bruscamente quando a mulher desaparece, sem deixar vestígios, deixando Bannister obcecado em encontrá-la.


Originalidade X Perdido no rolê


Antes de mais nada, o longa merece uma salva de palmas pela sua cenografia. Imediatamente, somos submersos (quase literalmente) nessa novo mundo, que muito conversa com a realidade que estamos vivendo agora (vai me dizer que você também não tem vontade de viver suas memórias pré-pandemia?). Entretanto, o conceito original fica por aí, e o filme demora para, de fato, capturar o telespectador em sua narrativa, que, é claro, vai além de apenas o visual.


Apesar de um desenvolvimento rápido e pouco aprofundado, o casal principal vende bem, seja pela química entre os atores, ou seja pela óbvia atração entre os seus personagens, a qual fica clara desde o primeiro minuto que Mae conversa com Nick. O relacionamento entre os dois, contudo, não é a única grande relação dentro do filme e, inclusive, não é nem de longe a mais interessante. Essa vai para a interação entre o protagonista e a sua melhor amiga e leal aliada: Emily Watts (Thandie Newton), quem, na verdade, deixa o personagem principal no chinelo.


Sem dúvidas, em um elenco de peso, liderado por Hugh Jackman, o típico herói hollywoodiano, a sempre deslumbrante Rebecca Ferguson, e a talentosa Thandie Newton, é de se esperar atuações convincentes, que elevam a qualidade da produção. Porém, o filme pouco aproveita de seus astros, e prefere focar em um confuso desenrolar de histórias, que demoram para se conectar e fazer sentido para o público. Mas, vale destacar que, no momento que se entrelaçam, o longa finalmente encontra seu lugar ao sol.


Fórmula perfeita para as telinhas...


Não é a toa que, quando o assunto é ficção, existem tantas sagas de sucesso (Jogos Vorazes, Divergente, Harry Potter... e isso só para citar algumas delas), porém, Caminhos da Memória, que tinha tudo para desenvolver esse novo universo em vários capítulos, resolve se estender em apenas um longa. Com certeza, levando em conta todo esse potencial, o filme facilmente se tornaria uma série incrível, dando espaço para o mundo criado, assim como os seus personagens.


De modo geral, o filme de Lisa Joy traz uma fórmula conhecida e original ao mesmo tempo, brincando com clássicos de cinema e se aproveitando das tecnologias (tanto as que já existem, quanto àquelas inventadas para o longa). Recheado por um elenco talentoso e uma fotografia bem feita, Caminhos da Memória vem para entreter tanto os fãs nostálgicos de antigas produções policiais, quanto os amantes da ficção científica. É uma pena que ele consegue misturar perfeitamente os dois gêneros somente em seus minutos finais.



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