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Análise | Colin em Preto e Branco - Divertido, informativo e necessário

Em tempos de racismo velado e intolerância, produções com representatividade negra são cada vez mais necessárias, e a análise de hoje vai para uma minissérie da senhora Netflix que não está recebendo a devida atenção, estou falando e Colin em Preto e Branco.


Quem é Colin Kaepernick?


Colin é um ativista e jogador de futebol americano estadunidense, que ganhou a mídia em 2016 após se recusar a ficar de pé para o hino nacional dos EUA durante cada jogo de seu ex time San Francisco 49ers, como protesto a desigualdade social entre brancos e negros. Ele foi um dos primeiros atletas a se manifestar pelo movimento Black Lives Matter, e desde 2017 não tem time na liga profissional de Futebol Americano.


Já na série, vamos acompanhar um Colin (Jaden Michael) mais novo, na época do ensino médio, onde tudo o que ele queria era ser o quarterback do time da escola. Porém, ele é um adolescente negro, que foi adotado por uma família branca, e isso lhe traria grandes dificuldades, mesmo que ele não soubesse na época.



Acredite no seu poder


A série tem 6 episódios com em média meia hora cada um, e a escolha de ser uma minissérie foi totalmente certa e bem executada, pois todos os capítulos tem importância crucial para a construção do personagem principal. Durante os quatro anos do colegial, Colin passa por diversas situações de racismo velado durante a sua jornada para ser um jogador profissional de futebol americano.


Pelo fato de ter sido criado por um casal branco, o rapaz não tinha nenhuma vivência com a comunidade negra, ele não sabia o que era ser de fato um homem negro nos Estados Unidos, e os abusos que teve que engolir calado, fizeram dele o ativista que é hoje, desde pegar um elevador com os pais, até desistir dos sonhos e se conformar com o que a vida lhe oferece.


Poderia ser apenas mais uma série adolescente...


Podemos sim dizer que Colin em Preto e Branco é uma série adolescente, pois acompanhamos um jovem com grandes sonhos, mas com problemas decorrentes dessa fase da vida, como convidar uma garota para o baile e se preocupar com a faculdade. Porém, tudo isso é inserido no contexto racial, o que faz a série não ser só divertida, mas também muito necessária.


O seu grande ponto alto é ter Colin Kaepernick em pessoa narrando tudo, e guiando o espectador por todos esses momentos da sua vida. Mas o diferencial é quando, atrelado a narrativa, temos um incrível trabalho de pesquisa, edição e direção, onde em cada episódio, Colin nos apresenta personagens históricos do movimento negro que acrescentaram de alguma forma a comunidade.


Olhando individualmente, a narrativa por si só já renderia uma ótima história sobre acreditar nos seus sonhos, persistir e sonhar alto, mas os elementos acrescentados fazem de Colin em Preto e Branco uma obra completa, que sabe divertir, informar, além de manejar o tema do racismo com rara maestria.


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