Carolina Mezalira
Análise | Depois a Louca Sou Eu – Doido e maluco, mas tem uma reflexão poderosa por trás
O novo filme Brazuca da Amazon, Depois a Louca Sou Eu, pode ser facilmente um filme sobre nossa vida no isolamento social causado pela Pandemia do Coronavírus (Xó vírus, vai embora logo pela mor de Deus) ocasionando uma angústia parecida com a que a personagem Daniela sofre, ela é interpretada pela talentosíssima Debora Falabella, sendo assim muitos de vocês podem se sentirem representados ali na tela.
Bora lá conferir o trailer e a nossa análise?
Sinopse
O filme foi baseado no livro de Tati Bernardi, onde acompanhamos a vida de Dani (Falabella), uma jovem que tem ansiedade durante a vida toda, a personagem tem como sonho ser uma grande escritora, ela tenta viver uma vida normal a base de remédios fortes sem uma administração responsável, mas Dani não percebe que as coisas tão piores do que realmente aparentam ser.
Com o uso certo de flashbacks sem deixar cansativo para o público, ela vai narrando os acontecimentos mais importantes da sua infância e adolescência até chegar aos dias atuais, mas vocês vão ter que assistir para saber o que acontece no final.
Representação da nossa sociedade...

Mesmo o roteiro ter sido pensado muito antes de pensarmos se quer em pandemia, a história se conecta de uma forma verdadeira na vida de muitos brasileiros em decorrência do isolamento social que somos obrigados a viver por conta do Covid-19, falando diretamente com aquelas pessoas que sofrem algum transtorno psicológico, já que só elas sabem a angústia que sente e sendo representadas pela Dani pode ter o conforto que necessitam.
Que produção e elenco...

Começando pela atuação da lindíssima Debora Falabella, muitos devem se lembrar dela da novela Avenida Brasil onde ela dava vida a mocinha Nina, mas desta vez ela entrega uma personagem carismática que faz os telespectadores se identificarem com toda angústia que alguém que sofre de ansiedade sente, mesmo o filme sendo do gênero comédia com pitadas de drama, ela em nenhum momento quer soar engraçada, porém ela apenas abraçou os dilemas de Dani, tornando as situações engraçadas, sim vai fazer o público se divertir mas sobretudo serve como reflexão para lembrarmos o que acontece quando a pessoa esta sob efeitos de remédios.
Se vocês repararem a paleta do longa é vermelha e verde pois elas são usadas em diferentes momentos refletindo no psicológico da protagonista, quando ela está em uma grande crise de ansiedade entra em cena o vermelho, já o verde entra quando ela está calma e confortável com o momento em questão.
A história toda é focada na visão sobre o mundo de Dani, transformando-a numa personagem vulnerável, ou seja, nem sempre somos ou precisamos ser fortes, a direção cuidadosa de Julia Rezende é responsável por ser um filme suave que traz uma reflexão muito importante sobre oque a ansiedade reflete nas pessoas (eu mesmo sou uma pessoa bem ansiosa!), muitas pessoas acham que é besteira mas é o oposto disso, é algo muito sério. Não podemos esquecer da narração em OFF, onde a protagonista conta toda a inquietação de alguém sofrendo uma crise, muitas pessoas vão se sentir conectadas e abraçadas pela protagonista.
Depois a Louca Sou Eu diverte o público, mas passa uma mensagem verdadeira ainda mais no turbilhão de emoções que estamos passando no momento, mesmo para quem sofre de ansiedade e para os que acham que isso é frescura é um filme necessário, então pega a sua mãe em um domingo a tarde para aproveitar o filme que com certeza vão sair com um sorriso no rosto.
