Giulia K. Rossi
Análise | Esquadrão Trovão – Um super fracasso!
O sucesso dos filmes da Marvel provou uma coisa – Muita gente gosta de uma boa história de super-heróis. Tal fato permitiu que o gênero fosse se desenvolvendo ao longo dos anos, explorando outros tipos de abordagem, em que o alvo principal não são apenas cenas de luta e ação. Com isso em mente, surge a comédia da Netflix, Esquadrão Trovão.

O filme de Ben Falcone é estrelado pelas premiadas Melissa McCarthy e Octavia Spencer, ambientado em um mundo onde super vilões são algo normal. Contudo, o mesmo não se aplica a heróis. Determinada a mudar isso, a inteligente Emily (Spencer) pretende desenvolver um tratamento para lhe dar superpoderes. Mas, as coisas não saem como o planejado. E é aqui que entra a personagem de McCarthy, a inconsequente Lydia.
Emily e Lydia costumavam ser melhores amigas, ainda que não podiam ser mais diferentes. Entretanto, após uma grande briga, se separaram e perderam o contato por anos. Certo dia, porém, Lydia resolve procurar a sua antiga companheira e, por acidente, acaba sendo injetada pelo soro desenvolvido por Emily, que lhe traz superpoderes. As duas, então, começam um treinamento para se tornarem heroínas e acabar com o crime da cidade. Uma com superforça, e a outra com o poder de se tornar invisível.

Ninguém para essa dupla?
A trama até aqui pode até ter parecido interessante. Mas, não se engane. A narrativa se desenvolve tão lentamente, que, toda a potência e dinâmica que um filme de humor e ação devia ter, Esquadrão Trovão não tem. Porém, além das piadas forçadas e cenas bizarras supostamente cômicas (comer frango cru é tão engraçado assim?), o que realmente prejudica a obra são as suas protagonistas.
O jeito humorístico de McCarthy é comum para os fãs da comediante (como eu!), porém, isso só torna tudo ainda mais decepcionante. Ao se juntar com uma atriz como Octavia Spencer, o filme parece ter tudo para, pelo menos, entregar algumas risadas e uma grande química da dupla. Mas, pelo contrário. A personagem de Spencer acaba por ser jogada para escanteio durante todo o longa e a personalidade de qualquer uma das duas não aparenta nada mais do que superficial.

Não para por aí. Como normalmente visto em outras comédias de Falcone, o filme usa e abusa do humor pastelão – e isso nem sempre dá certo. A maioria das cenas se tornam bem mais ridículas do que, de fato, divertidas. Não sei quem achou que um homem com mãos de caranguejo seria uma boa ideia para um vilão, mas, caso alguém aí pensava que poderia dar certo, está aqui a sua resposta (Não, não daria!). Nem mesmo Jason Bateman fez funcionar.
O que (talvez) salve o dia...
Apesar de tudo isso, o filme tem seu crédito. Ele continua trazendo uma história interessante, com certa originalidade dentro do gênero de super-heróis. É divertida a ideia de brincar com os clichês desse tipo de produção e, provavelmente, esse é o melhor aspecto do filme. Os vilões são estereotipados ao máximo, sem nenhum tipo de profundidade, mas, isso só parece fazer parte da comicidade.

Não só isso, como também é importante ver duas protagonistas mulheres, tanto em filmes de comédia, quanto em filmes de ação. Nisso, pelo menos, Esquadrão Trovão cumpre sua função. Porém, infelizmente, o potencial da obra foi perdido em uma fraca execução, repleta de momentos irrealistas e convenientes demais (sim, eu estou me referindo ao que acontece com a filha de Emily no final), que acabam por fazê-la não ser convincente em nenhum dos gêneros. É uma pena, isso sim!
Com certeza, não é a melhor produção já feita pela Netflix. Mas, caso você esteja buscando uma distração boba por uma hora e meia do seu dia, a leveza e falta de noção desse filme pode ser exatamente o que procura.
