marianafrancomague
Análise | Gossip Girl - Aos trancos e barrancos, temos uma boa temporada
Na última sexta (3), chegaram na HBO Max os últimos três episódios do primeiro ano da nova Gossip Girl, e agora eu vou te contar tudo que achamos dessa temporada que foi uma montanha russa de emoções!

Todos temos que começar de algum lugar...
Em julho deste ano, tivemos o lançamento dos seis primeiros episódios da série, e o que vimos foi uma produção com muitos personagens interessantes, mas que não aproveitava seu potencial, prendendo-se em um conjunto de tramas que ficavam dando voltas eternamente, sem chegar a lugar nenhum.
Os primeiros episódios foram muito introdutórios, e serviram apenas para conhecermos aqueles adolescentes: quem era amigo de quem, quem namorava quem, etc. Parecia que muita coisa acontecia para, no final, não levar a nenhuma consequência.
Mas nem tudo está perdido!
Contudo, a segunda parte, que foi dividida em duas levas de episódios, teve muito mais sentido que a primeira, pois tudo que foi (excessivamente) construído na primeira etapa, teve seu desdobramento na parte final, como, por exemplo, o arco da Julien (Jordan Alexander) e da Zoya (Whitney Peak).

A segunda parte do seriado foi uma benção para a Zoya, que finalmente tomou um rumo na vida e parou de tentar ser quem os outros queriam que ela fosse. Enquanto isso, a sua irmã precisou de alguns tombos da vida (coitada, foi a que mais sofreu nesse final) e uns puxões de orelha da irmã e de Audrey (melhor personagem, mas já já falamos dela), porque deu a impressão de que tudo que ela passou, não a ensinou nada. Esperamos que ela evolua, assim como os personagens a seguir!.
Meu trisal!!!
Posso falar de boca cheia e com a maior certeza desse mundo, que o arco do Max (Thomas Doherty), Audrey (Emily Alyn Lind) e Aki (Evan Mock) foi disparado a melhor história da temporada, a melhor construção de personagens e a melhor evolução também. Diferente de Elite, por exemplo, aqui nós tivemos um desenvolvimento emocional.
Tivemos discussões muito importante sendo abordadas por causa desses três, como a dificuldade que os homens tem de expressar seus sentimentos, pois aqui temos dois jovens extremamente maduros nesse aspecto, e também sobre possuir autoconhecimento suficiente para entender de que, algumas vezes, você precisa de algo a mais do que apenas sexo.

Além disso, uma trama que não tinha o trisal envolvido, mas que foi muito relevante (sem dar muito detalhes, pois é o maior spoiler da temporada), foi a história sobre assédio sexual, que foi abordada de uma maneira bem genuína, o que é muito bom, pois às vezes não queremos só ver a vida de adolescentes milionários e esnobes, mas também queremos assistir assuntos reais.
E a maneira como foi mostrado, as consequências na vida dos envolvidos, e as diferenças contrastantes entre homens e mulheres e as reações de cada gênero sobre o assunto, talvez seja o maior trunfo dessa nova Gossip Girl, que conseguiu misturar o dia a dia da elite de NY com questões vividas por qualquer pessoa.
Personagens subaproveitados ou superestimados (aviso spoilers)
Podemos falar do personagem mais perdido da história das series: Obi (Eli Brown). Ele está envolvido nos arcos com o maior tempo de tela, mas o roteiro faz dele uma peça avulsa nesse quebra cabeça, só nos últimos três episódios que ele começou a agir por conta própria. Esperamos que na segunda temporada ele ganhe uma personalidade!
Já Luna (Zión Moreno) e Monet (Savannah Lee) são duas personagens que mereciam mais tempo de tela e mais desenvolvimento, horas elas apareciam e depois sumiam completamente por alguns episódios, até reaparecerem apenas para serem a sombra da Julien. Apenas no último episódio, tivemos um aprofundamento da amizade de Luna com Max (toda cena que tem esse homem é maravilhosa) e a promessa de que Monet pode ser uma bitch de verdade.

Cadê a Garota do Blog afinal??
Acho que a maior decepção foi realmente o arco da Garota do Blog, na primeira parte era um arco também muito aleatório na série, no qual os personagens evolvidos são em sua maioria muito entediantes, sem motivações plausíveis para fazerem o que fazem. Somente no último episódio, uma conversa especifica gera uma reação que pode vir a se tornar um motivo melhor par as atitudes tomadas.
Resumindo, tivemos uma temporada de altos e baixos, com arcos perfeitos e arcos muito superestimados, personagens interessantíssimos com pouco desenvolvimento e personagens entediantes com muito tempo de tela. Porém, no apagar das luzes, temos uma boa temporada e uma expectativa alta para a segunda, que deve chegar no segundo semestre de 2022.
