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  • Foto do escritorGiulia K. Rossi

Análise | Harlem - Importante protagonismo preso em trama ultrapassada

Apostando com tudo na diversidade que tanto precisamos, a série Harlem chegou chegando no catálogo da Amazon Prime Video. A comédia dramática é escrita por Tracy Oliver (Viagem das Garotas) e segue um quarteto de mulheres negras e empoderadas na cidade de Nova York. A proposta é simples e necessária, mas será que o seriado atinge todo o seu potencial?


Ambientado em Harlem, popular bairro nova yorkino, a produção acompanha as quatro amigas inseparáveis, Camille (Meagan Good), Tye (Jerrie Johnson), Quinn (Grace Byers) e Angie (Shoniqua Shandai), que lutam para conquistar os seus sonhos profissionais e encontrar relacionamentos amorosos duradouros na cidade grande.


É disso que precisamos!


Primeiramente, vale ressaltar que a série é escrita e produzida por uma mulher, e isso visivelmente transparece dentro das telas. As personagens principais femininas são bem construídas e facilmente relacionáveis (pelo menos na maior parte do tempo), e o mesmo se aplica a amizade entre elas, que parece genuína e consegue tirar boas risadas do público.


Como o usual, as amigas não poderiam ser mais diferentes entre si, mas a dinâmica do quarteto é, sem dúvidas, um dos melhores pontos do seriado (Sex and the City dos tempos modernos, é você?). Outro aspecto positivo que não pode passar em branco, é a representatividade bem feita da produção, que não parece forçada, nem é colocada somente como mero plano de fundo.


Aqui não só temos um grupo de mulheres negras, como também temos personagens queers, que ganham tanto protagonismo em suas relações quanto os pares românticos heterossexuais. Inclusive, a série se arrisca a introduzir não apenas uma, mas duas personagens LGBTQIA+ em seu elenco principal - já estava na hora!

Quem quer fazer parte desse grupo?

Um conto de fadas? (Aviso de Spoilers)


Infelizmente, mesmo com uma premissa extremamente atual, a trama é prejudicada por fórmulas românticas ultrapassadas - Ian (Tyler Lepley) essa é para você! O ex-namorado galã de Camille poderia até funcionar em um romance do início dos anos 2000, mas, atualmente, a sua fachada de príncipe encantado pouco simpatiza e ainda atrapalha o desenvolvimento da protagonista, que tinha histórias com muito mais potencial do que um triângulo amoroso mal desenvolvido e a idealização de um relacionamento um tanto problemático.


De modo geral, o maior problema da produção é a introdução de muitas histórias diferentes, sem tempo o suficiente para aprofundá-las. Isso se aplica no pouco cuidado com o desenvolvimento do romance de Ian e Camille (vamos parar de romantizar a traição?), na falta de espaço para explorar o relacionamento inter-racial de Tye (um tema super importante, inclusive!) e a bissexualidade recém descoberta de Quinn.

Era melhor ele ter ficado na França...

Queremos mais!


Entre os dez episódios da primeira temporada, é fácil dizer que o seriado possui seus altos e baixos, se perdendo em algumas narrativas e misturando momentos dramáticos com situações cômicas, que diminuem o impacto das cenas. Porém, mesmo com um deslize aqui e ali, Harlem não deixa de possuir uma perspectiva original e essencial sobre certos assuntos.


Bem intencionado e composto por um elenco talentoso (até conta com a icônica Whoopi Goldberg), o seriado se sustenta com tramas envolventes e divertidas de se acompanhar. No fim das contas, somos deixados com aquele gancho devastador e o famoso gostinho de quero mais, que nos faz ansiar por uma próxima temporada, e torcer para que ela seja ainda melhor do que a primeira!


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