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Análise | Inventando Anna - Golpista ou gênia do Marketing?
No ultimo dia 11 chegou ao catalogo da senhora Netflix a minissérie Inventando Anna, com enredo envolvente que mostra como as aparências enganam. Então vem saber tudo sobre essa produção que promete chegar forte nas premiações!

Vamos por partes: O que os fatos dizem?
A série criada por Shonda Rhimes é baseada no artigo da jornalista Jessica Pressler, que documentava como Anna Sorokina (sobre o pseudônimo de Anna Delvey ) enganou a elite de Nova York e aplicou uma série de golpes milionários em magnatas e grandes bancos, apenas utilizando o poder de sua lábia.
Mas não pense você que isso é um documentário, pois a Netflix deixa bem claro no começo dos nove episódios: “baseado em fatos reais, menos o que foi completamente inventado”.

Título melhor não existe
Inventando Anna é o titulo perfeito para a produção, pois a pessoa que menos nos dá contexto sobre o que realmente aconteceu é a própria Anna (Julia Garner), e o espectador vai descobrindo mais sobre os ocorridos à medida que a investigação da jornalista Vivian Kent (Anna Chlumski) vai avançando. A cada pessoa com quem ela fala, temos uma nova visão sobre a personagem título.
Portanto, temos que literalmente construir Anna na nossa cabeça, a partir de fragmentos que as pessoas que a conheceram nos dão. E o nome da série fica mais genial ainda quando paramos para pensar em como ela literalmente inventou Anna Delvey e fez muita gente influente acreditar nessa mentira.

Personagens secundários são os principais
Cada episódio tem a versão dos fatos sobre o olhar de uma vítimas de Anna, por isso a série é construída a partir dos personagens secundários, os quais são muito interessantes, cada um tem a sua trama individual e seus motivos para se encantar com Anna, fazendo com que o espectador se interesse cada vez mais em entender quem é essa pessoa.
Eles têm uma maneira diferente de enxergar o que Anna faz, o que os torna mais reais. Existe quem confia cegamente nela, quem a recrimina totalmente pelo que fez, e existe ainda quem coloque a culpa em outras pessoas, como os donos de bancos que foram enganados por uma jovem de 23 anos, que se dizia uma herdeira alemã.

Mulheres e seus erros na sociedade
Uma temática muito recorrente na série é o modo que as mulheres são vistas no mercado de trabalho e no dos negócios. Nesse aspecto Anna e Vivia são bem parecidas.
A jornalista esta grávida e desesperada por uma matéria de sucesso para reconquistar seu prestigio, após um erro em um artigo anterior, que custou sua credibilidade com seu chefe e colegas de trabalho, sendo taxada de incompetente e tendo um prazo de 9 meses para salvar sua carreira. Já Anna é uma mulher estrangeira de 23 anos, querendo começar um grande negócio. Quem somos nós para julgar?

Golpista ou Gênia do Marketing?
Não caberia nessa crítica todas as as interpretações que Inventando Anna pode ter. Afinal, você pode enxergar ela como uma criminosa que faz tudo premeditadamente para prejudicar os outros em beneficio próprio, ou uma garota brilhante, que apesar dos obstáculos, fez de tudo para conquistar seus objetivos, fazendo uso das falhas de um sistema, onde se você tem dinheiro, ninguém vai querer saber de onde você veio ou como conseguiu tal fortuna.
Anna não coagiu ninguém a pagar coisas para ela. As próprias pessoas queriam ficar perto dela, pois se encantavam com sua personalidade, suas roupas e suas conexões. Na realidade, o crime dela foi saber o que falar, como falar e pra quem falar. Entretanto, isso não a isenta de pagar pelo que fez.
Inventando Anna é o tipo de série que quanto mais você pensa sobre, mais interpretações e camadas você encontra. Se você gostou de produções como American Crime Story e O Menino que Matou Meus Pais, prepare-se para ficar obcecado por Anna Delvey!
