@luigienricky
Análise | Lúcifer - Temporada 5 (Parte II): Tem horas que a Netflix passa dos limites
Atualizado: 4 de jun. de 2021
É isso gente! A parte 2 da quinta temporada de Lúcifer chegou na Netflix e apresentou um monte de mais do mesmo de um roteiro que já estava cansativo desde que estreou na casa nova.
Nessa parte dois temos acontecimentos e plots de roteiro relativamente interessantes mas que, conhecendo a série como conhecemos, não da pra bater o martelo e dizer que consequências virão, até por que, se vierem, serão apenas para dar mais uma lição de moral no protagonista da forma mais tosca que o roteiro conseguir.
Chegou a hora de conferir a análise completa de Lúcifer e o que podemos tirar de bom (espremendo bem) dessa série.

Isso já está chato!
Normalmente começo as minhas análises falando de coisas boas para depois poder descer a lenha com a tranquilidade de quem não votou no Bolsonaro, mas dessa vez, não dá! Logo nos primeiros episódios, aquilo que venho reclamando desde que comecei a acompanhar a série para fazer análises, vem a tona: Lúcifer aprendendo lições nos casos que soluciona com a Detetive. Só que dessa vez, ele fica ofendido quando a Detetive Sem Sal comenta a respeito, como se nunca tivesse feito isso antes... Me poupe, se poupe, nos poupe!
Logo em seguida, na minha lista de reclamações, vem os casos genéricos, bobos e previsíveis onde o assassino tão procurado sempre é, EU DISSE SEMPRE É, a primeira pessoa que eles conversam. Nem aquele gostinho de adivinhar quem é o vilão de Scooby Doo a gente tem mais pois sempre é óbvio. E já que estamos falando dos casos, parece que os roteiristas não se esforçam em nada para que os crimes sejam minimamente interessantes, é tudo preguiçoso e sem graça, tipo a Chloe parando uma cirurgia com o paciente sedado a beira da morte para dar uma lição de moral na médica corrupta. Se você tava sentindo falta das vergonhas alheias proporcionadas por O Mundo Sombrio de Sabrina, veio ao lugar certo!

Calma que ainda não acabei de reclamar!
Na parte dois pudemos conhecer o pai do Lúcifer que, para elucidar, sabe aquela piada que diz que Deus é só uma criança brincando com um formigueiro? Antes fosse, por que pelo menos existe um contexto, mas aqui, Deus é só um velhinho gagá que gosta de fazer as pessoas cantar e dançar, que inclusive é um dos 3 episódios bons da temporada inteira, embora seja completamente fora de contexto.
Mazikeen passa a maior parte do tempo querendo ganhar um alma pra um episódio depois descobrir que não quer mais e ignorar completamente a ideia. Ella diz que tem uma escuridão enorme dentro dela e quando a gente descobre o que é da vontade de socar a cabeça no concreto mais próximo. Únicos personagens com o mínimo de conteúdo interessante de assistir nesse momento é Linda, Amenadiel e Dan.
E gente, pela mor do pai do Luci, deixa a Trixie crescer... A menina já é adolescente e ainda a tratam como se tivesse seis anos com diálogos imbecis. Tinha tanto potencial e foi uma personagem destruída pelas escolhas toscas do roteiro.

Se você não levar tão a sério...
Lúcifer não é uma série de drama, policial ou de suspense e sim uma série de comédia (daquelas bem pastelão), se você encarar assim, então talvez as coisas se tornem mais suportáveis de assistir sem parecer que a sua inteligência está sendo subestimada toda hora. Dito isso, nas produções de comédia sempre acabamos surpreendidos por situações que não esperaríamos ver. Sim! Estou falando dos dois últimos episódios da temporada.
Desde a sua estreia, Lúcifer nunca fez com que eu dissesse: "EU NÃO ESPERAVA POR ISSO!!!" Pelo menos não até agora, embora a história vá por caminhos que eu não queria para o personagem principal, eles até conseguiram me convencer que assim seria mais interessante de assistir, embora eu já espere um drama enoooorme na sexta e (graças a deus) última temporada. O que também me surpreendeu foi uma tragédia que eu não esperava que fosse acontecer mas que me deixou feliz pois o personagem precisava passar pelo que passou por ser tão sem graça, foi um plot twist digno!
O que não queremos na parte final de Lúcifer...

A série tem seus méritos por se manter tanto tempo no ar e com um público super cativo e apaixonado. Isso acontece principalmente por causa dos seus diálogos e aprofundamentos rasos que faz com que seja acessível para a grande massa e isso nem de longe é algo ruim, todo mundo tem direito de se divertir e gostar do que quiser, mas infelizmente, se você busca mais imersão e profundidade, talvez seja melhor procurar outra coisa pra assistir.
Meu cérebro de editor diz que a parte 2 da temporada 5 merece ganhar duas estrelas, mas pelos episódios finais e o episódio musical que deve ter dado um trabalho enorme para produzir, darei mais uma chance. Mas fiquem cientes que eu não terei piedade no final e essa nota é apenas pelo conjunto da obra até aqui!
