Giulia K. Rossi
Análise | O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas – releitura de clássicos para os jovens românticos
A Amazon Prime está investindo com força nos romances adolescentes fofos! Depois de Chemical Hearts, agora é a vez de O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas fazer sua estreia na plataforma de streaming. O filme de Ian Samuels traz uma versão jovem, leve e apaixonante de uma história conhecida por muitos.
A comédia romântica segue Mark (Kyle Allen), um garoto preso em uma anomalia temporal que o faz viver o mesmo dia em um looping infinito (soa familiar?). Ele parece já saber sobre absolutamente todos os acontecimentos no seu cotidiano, até que é surpreendido com a chegada de Margaret (Kathryn Newton) – uma rebelde garota que está presa no mesmo lapso temporal.
Sem muitas opções, os dois jovens se aproximam e encontram uma maneira de quebrar com a repetida rotina do dia a dia: sair em busca de todas as pequenas coisas perfeitas que os cerca. Desde assistir a uma pessoa tocando piano, ou a uma tartaruga parando o trânsito ao atravessar a rua, eles apreciam tudo a que normalmente não damos tanto valor.

Inovador ou ultrapassado?
Parece que não são só os romances teens que estão na moda! A trama de ficção científica em que um protagonista precisa reviver o mesmo dia várias e várias vezes é conhecida desde o clássico Feitiço do Tempo, e já foi adaptada de mais maneiras que você pode imaginar. Temos a comédia de terror A Morte te Dá Parabéns, a ação No Limite do Amanhã e a recente comédia Palm Springs, que foi até indicada para o Globo de Ouro! Os clichês só se tornaram clichês porque funcionam, não é mesmo?
Abusando do tema e das referências, O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas não traz nenhuma trama inovadora para se distanciar das outras obras. Entretanto, o roteiro de Lev Grossman cumpre muito bem o seu papel – entregar um filme que deixa o coração quentinho, ao mesmo tempo que explora questões existenciais importantes. Tudo isso fortalecido pela química e carisma dos atores protagonistas!

Uma dinâmica que vale rever!
A história, ainda que construída em um plano de fundo previsível, se desenrola naturalmente e sabe aprofundar muito bem os personagens. É interessante ver como funciona a dinâmica entre os dois, e como a partir disso eles crescem tanto juntos quanto individualmente – as cenas de Mark com a sua família deixam um sorriso no rosto de qualquer um!
Além disso, a trama de Margaret é emocionante na medida certa, e traz consigo uma forte mensagem sobre amadurecimento e escolhas. Conseguimos entender todas as razões do porquê a garota quer ficar no looping temporal, enquanto vemos todos os motivos pelo qual Mark quer deixá-lo. O embate que os personagens principais enfrentam sobre escapar ou não desta anomalia do tempo é, provavelmente, o aspecto mais interessante do filme, e o que também tira a trama do óbvio.

Um problema da história, contudo, é o seu início um pouco mais lento do que o necessário. É divertido ver as várias tentativas do simpático e desajeitado Mark de falar com a sua crush, mas, a partir do momento que ele conhece Margaret, ao invés da narrativa deslanchar, ela decide ficar parada em uma sequência de cenas do garoto procurando a garota – E, fala sério, nós sabemos que ele vai encontrá-la, ou não teria filme...
Um novo clássico!
Repetitivo ou não, o filme possui uma proposta que, no final das contas, pode competir lado a lado com os clássicos que eternizaram o tema sobre looping temporal. Inovador da sua própria forma, a produção tem uma premissa revigorante sobre não somente aproveitar o dia, mas também as coisas que o tornam especial. Embrulhado em um exterior banal, a obra possui uma profundidade muito maior do que se imagina, do mesmo modo que diverte, entretém e emociona toda a família.
Se você está procurando um romance bem feito, com personagens carismáticos, em uma história clichê mas divertida, O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é simplesmente perfeito para se ver de novo, e de novo, e de novo...
