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  • Foto do escritorGiulia K. Rossi

Análise | Palm Springs – A reinvenção das comédias românticas!


Você realmente achava que comédias românticas eram só feitas de clichês, cenas de amorzinho e corridas exageradas até o aeroporto? Pois o filme Palm Springs, dirigido por Max Barbakow, veio provar para todos que esse gênero ainda tem muito para ser explorado. De uma forma ousada e divertida, a produção de 2020 veio para conquistar até os corações mais cínicos!


O roteiro de Andy Siara se arrisca sem medo de ser estranho, e combinado com atuações fenomenais de todo o elenco, especialmente de Andy Samberg (nine-nine!) e Cristin Milioti, o filme inova em todos os clichês que já conhecemos (e muitas vezes ainda amamos) em uma obra que garante entretenimento do começo ao fim.


O que acontece em Palm Springs, fica em Palm Springs (para sempre)


O romance/comédia/ficção científica segue o descontraído e relaxado Nyles (Samberg) até o momento que ele conhece, em um casamento em Palm Springs, a divertida Sarah (Milioti), madrinha e irmã da noiva. Mas, quando os dois decidem passar um tempo agradável juntos, as coisas saem completamente do controle (e do espaço-tempo!).


Após uma série de eventos desfortunados, Sarah descobre que Nyles está preso em um lapso temporal, onde ele é destinado a viver o mesmo dia de novo, e de novo, e de novo... Mas, agora, ela está presa junto com ele! Ambos não fazem ideia de como quebrar o ciclo, então decidem tirar o melhor proveito disso.

Pelo menos até não enlouquecerem de vez!

Se tem uma coisa que já está ultrapassada (mas continua sendo feita mesmo assim), são os filmes que abordam o efeito comumente conhecido como “Feitiço do Tempo” (baseado no filme de mesmo nome), em que os personagens precisam reviver a mesma data até que alguma lição seja aprendida. Porém, no caso de Palm Springs, a obra não só tira proveito do tema, como também traz ele de uma maneira original e bem-humorada – Dessa vez o Universo não veio dar uma aula sobre moral, então, aproveitem!


Jogando todas as regras para o ar, Palm Springs abusa do excêntrico nas decisões dos personagens – e isso vai de danças e encenações malucas, até pilotar um avião sem absolutamente nenhum conhecimento prévio. A sequência de cenas não somente rende boas risadas, como ao mesmo tempo aprofunda a relação de Sarah e Nyles. E os dois, sinceramente, tem uma química tão poderosa que quase solta faíscas.


Um toque de reflexão...


O filme é simples e bem-humorado, mas não se deixe enganar. A comédia de ficção científica não tem medo de explorar um pouco de drama. Após viver um dia repetidas vezes, não é difícil que tudo logo perca total sentido. As brincadeiras facilmente são substituídas por diálogos mais profundos, que exploram o psicológico dos personagens, suas vidas antes de entrar no looping, e os seus arrependimentos até então.


Algo que também complementa o tom reflexivo do filme é a adição de Roy, personagem interpretado por ninguém menos que J.K. Simmons, o qual, por algum motivo, vive caçando (literalmente) Nyles. Ele é introduzido de uma maneira maluca (o que Palm Springs faz de melhor), mas pouco a pouco ganha espaço para mostrar toda a sua importância na trama.

Nota 10 para o elenco!

Levando em conta tudo isso, contudo, não prejudicaria acrescentar alguns minutos extras na produção para se aprofundar de forma mais intensa no passado dos protagonistas. Composta por um elenco de primeira mão (Camila Mendes e Peter Gallagher, por exemplo), a família de Sarah é colocada apenas como plano de fundo da narrativa. Teria sido interessante ver um pouco mais dessas relações, nem que em breves minutos. Ah, e o mesmo vale para Nyles – onde diabos foram parar todos os seus amigos e familiares?


Ninguém aqui quer saber de barreiras! (AVISO DE SPOILERS)


Sem esquecer que, no final das contas, Palm Springs se trata de uma comédia romântica, a obra veio decidida a quebrar alguns padrões do gênero. Apesar de seu romance com Nyles, Sarah não se deixa levar ao ponto de não lutar pelo que quer – a garota literalmente se torna um gênio da física quântica e decide salvar a si mesma, independente de qual seja a decisão de seu par romântico.


É um refrescante toque de narrativa atual em um gênero que, muitas vezes, é visto como problemático e ultrapassado. Foi uma ótima surpresa, enfim, assistir um casal que se complementa tão bem, sem ofuscar um ao outro. Estamos em 2021, minha gente!


O tempo se esgotou


Em conclusão, Palm Springs vai te fazer refletir, rir alto e se apaixonar pelos personagens carismáticos encenados por Samberg e Milioti. Com um toque de reviravoltas e situações cômicas, a produção vai agradar tanto os fãs injustiçados das comédias românticas, quanto os amantes da ficção, da ciência, ou qualquer um que esteja disposto a abraçar a loucura e se aventurar junto a esse casal de outro mundo.


Será que o filme vai levar o Globo de Ouro de 2021? Não deixa de conferir!



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