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Análise | Rebecca - Um drama raso que sequer arranha a superfície do suspense
Atualizado: 26 de out. de 2020
Rebecca chegou recentemente ao catálogo da Netflix, para quem não sabe, o filme é um remake do clássico de ninguém menos que Alfred Hitchcock e baseado no livro de Daphne du Maurier.

Quando se fala em remakes fica difícil não compararmos com os seus antecessores e não podemos deixar de salientar que fazer uma remake de um filme de Hitchcock é um projeto no mínimo muito audacioso, e é muito injusto compararmos um filme ganhador de Oscar com um lançado diretamente em um plataforma de streaming, mas sim, a comparação é inevitável.
Essa nova versão 2.0 de Rebecca é dirigida por Ben Wheatley (Kill List e Turistas) e assim como no clássico conta a história de uma jovem dama de companhia sem muito poder aquisitivo, interpretada por Lily James - que inclusive deve estar com dor nas costas por ter atuado sozinha - que em uma viagem para Monte Carlo acaba se apaixonando por um viúvo rico, mas muito rico mesmo o Sr. Maxim de Winter (Armie Hammer) - com zero carisma de atuação.

Como que num filme clássico de contos de fadas, os pombinho se casam e vão morar na mansão do Sr. de Winter - a Mansão Manderley - e é lá que o pesadelo da nova Sra. de Winter começa. A moça começa a ser assombrada, não literalmente, pelo fantasma de Rebecca, uma jovem que além de linda parece ser perfeita, amante dos animais, amiga de todos, simpática, organizadora de eventos e até domadora de cavalos - sim, a mulher é tudo isso.
Com plot twist interessante, o filme peca em nos trazer zero tensão, nada, absolutamente nada no filme te deixa apreensivo, apenas as cenas que envolvem a terrível governanta da casa, a Sra. Danvers ( Kristin Scott Thomas) trazem um pouco do suspense do filme.

No mais, Rebecca é um drama bem raso que sequer arranha a superfície do suspense criado por Hitchcock e sua Rebecca - a mulher inesquecível, Rebecca da Netflix é um filme que passa despercebido, só não é descartável graças a fotografia do filme que é linda e nos colocam quase que imersos no filme em suas transições de cenas super coloridas para tons mais azulados quando o casal já está morando na mansão, mas também só tenta e não consegue nos convencer a nada.
Veredito final, Rebecca infelizmente está fadado ao mesmo drama de sua protagonista, ficar a mercê de um antecessor que parece insubstituível e inalcançável.
