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  • Foto do escritorLuigi Leite

Análise | Round 6 - O reality show mais absurdo de todos os tempos!

Imagina se Jogos Vorazes, Big Brother Brasil e Caldeirão do Huck se unissem para criar um novo programa de TV. Essa é a melhor analogia para que você consiga entender do que se trata a nova série coreana da Netflix. De Jogos Vorazes você trás a competição onde as pessoas precisam, literalmente, se matar para que possam se consagrar campeãs. Do Big Brother você tira o fato de que as pessoas precisam conviver e vencer provas. Do Caldeirão, bem, é um monte de pobre se humilhando para levar o grande prêmio.


Com personagens carismáticos, forte apelo emocional, roteiro inteligente e muito dorama, Round 6 entrega muito mas não consegue se livrar das incontáveis polemicas. O que é algo bom, pois significa que o sucesso é garantido!

Oi seus pobres!

Para você entender!


A trama de Round 6 não é a coisa mais mirabolante do mundo e o que a torna realmente interessante são as subtramas e motivação de cada personagem para participar de um jogo que poderá custar as suas vidas. Basicamente, alguém muito rico decide que quer "ajudar" as pessoas menos favorecidas da Coreia do Sul e para isso cria um game onde os competidores precisarão jogar várias brincadeiras de crianças ao custo de FALECEREM se perderem. Pois é, pesadão!


Conforme o jogo vai avançando, a coisa vai ficando mais e mais tensa e sob a promessa de ganhar uma bolada inimaginável de dinheiro - mesmo que tenham a opção de desistir se a maioria concordar - você consegue aceitar o fato de que ninguém quer desistir de ficar milionário. De forma muito inteligente, o roteiro faz essa decisão ser aceitável e inquestionável para quem está assistindo.


Personagens

Preparem-se para sofrer!

Nosso protagonista é Gi-Hun, um homem de meia idade, viciado em jogos, devendo até as calças e correndo risco de perder sua filha para sempre. Ele decide participar dos jogos para pagar sua divida e lutar na justiça pela guarda da menina.


Sang-Wo é amigo de infância de Gi-Hun e um dos melhores personagens da série (tanto de história quanto de atuação). Ele era CEO de uma grande empresa que quebrou por decisões erradas tomadas por ele. De longe é o personagem mais lascado em dividas de todos.


Sae-Byeok é a personagem com a maior carga dramática de todas, mas não quero revelar muito de sua história pois pode estragar sua experiência ao assistir pois é tudo muito impactante e dificilmente você não será tomado por uma sensação de injustiça muito forte em relação à personagem.


II-Nan é um velhinho que gruda no protagonista que assume para si a difícil missão de protege-lo em um jogo que precisa de habilidade físicas e emocionais, o que é muito difícil para o velhinho que sofre de demência. O que rende boas lagrimas para os espectadores mais sensíveis.


Joon-Ho é o policial intrometido que começa a ver coisas onde outros não conseguem e passa a ser considerado crazy e fazer a investigação sozinho. Curiosamente, é um dos personagens mais queridos da comunidade, seja pelo seu carisma ou pela sua gostosura... He he he.

E você aí achando que o Chuck e a Anabelle são os bonecos que mais mataram pessoas na TV

Mamilos? Polemicas? Brafáfá?


Algumas coisas na série me incomodaram bastante, vou dizer o que e o por que antes de contar o que encontrei pela internet. Embora esteja acostumado a assistir produções orientais, escolhi assistir Round 6 em português e uma personagem me irritou muito nessa versão. Mi-Nyeo funciona como uma antagonista e é uma personagem extremamente caricata, até aí, tudo bem, se você assiste produções asiáticas deve estar acostumado com este tipo de personagem que normalmente ganha o afeto do público. Ela também me ganhou, até certo ponto!


Pesquisado por aí, descobri que muitos tradutores coreanos ficaram muito bravos com a forma que os países ocidentais escolheram para "traduzir" a personagem, removendo todo o peso dramático das suas falas e simplificando-as, comprometendo assim a profundidade de Mi-Nyeo. Em uma fala a personagem diz (em português): "Nunca fui de estudar, mas sou bem esperta". Já em Inglês ela diz: "Não gostava da escola, mas não sou burra". O grande problema é que, no contexto da série, a diferença social é um fator determinante e importante demais para haverem descuidos como esses uma vez que na frase original, a personagem dizia: "Não tive oportunidade de estudar, mas sou muito inteligente". Percebem o peso e a necessidade do que foi dito?

Mesmo assim, você ainda passará muita raiva com ela!

Outro personagem extremamente irritante e mau desenvolvido (aí é por minha conta mesmo) é o Afegão (ou seria Paquistanês?), Ali! O personagem a primeira vista, parece alguém bondoso, carinhoso e prestativo, mas conforme a história vai avançando, ele se torna um estereótipo irritante, burro, parece que tomou uma cartela de rivotril e completamente ingênuo. É irritante e não via a hora dele morrer logo!


A série também foi acusada de plágio por uma produção japonesa por ter temas semelhantes no inicio da história mas que em seu desenrolar, tomam rumos completamente diferentes. O problema é que até a montagem e fotografia das primeiras cenas são idênticas e, embora possa realmente não ser um plágio, não da pra negar que houve uma referencia ali, no mínimo!


Uma polemica exclusivamente brasileira é que por aqui a série não manteve seu nome original (Squid Game) tampouco uma tradução literal que seria O Jogo da Lula. Imediatamente, internautas foram às suas redes sociais, acusar a Netflix de tentar boicotar a possível eleição de Lula no ano que vem pois as pessoas poderiam associar a série ao ex-presidente. Por sua vez, Netflix veio a público pedir pro povo parar de ser nóia e que escolheram o nome Round 6 para atrair gamers para a plataforma e também por que o Jogo da Lula não é uma brincadeira popular aqui no Brasil, o que faz sentido pra mim. O que vocês acham?

Mesmo com a explicação da série, não entendi como o jogo funciona...

Sucesso absoluto!


Round 6 é a série mais assistida do momento na Dona Netflix, um sucesso absoluto. Depois do sucesso que foi o filme Parasita no Oscar desse ano, era de se imaginar que a Coreia estivesse no radar de todo mundo. Outras séries de sucesso como Alice in Borderland, Tudo bem não ser normal e Kingdom voltaram pra boca do povo e agora só se fala nisso.


Ainda não sabemos se a série terá mais temporadas, embora todos já falem por aí que a história tem potencial para ser a mais longa da plataforma de streaming (já pensou um Round 6 no Brasil? Chama o Luciano pra apresenta, please!), tomara que sim por que queremos saber o futuro de um certo personagem!

Netflix vendo seus cofrinhos encherem

A série é tecnicamente impecável, tem drama e comédia na medida certa e embora o protagonista não consiga entregar tanta emoção quanto eu esperava, ele é carismático e faz a gente torcer pelo seu sucesso, assim como o dos demais personagem! PS: Assista no idioma original



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