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  • Foto do escritor@luigienricky

Análise | The Sinner - 3ª Temporada

Atualizado: 26 de out. de 2020

Se você assim como eu é uma pessoa que tem zero interesse em séries policias mas adora uma novela pra saber quem matou aquele personagem no melhor estilo Scooby Doo, com certeza vai curtir essa série da Netflix!

Bill Pullman vive o detetive Harry Ambrose, sugar daddy dos meus sonhos!


Para que você possa entender o que é The Sinner, tentarei ser o mais específico possível para despertar em você o interesse de assistir.


Harry Ambrose (Bill Pullman) é um detetive que gosta de se envolver com os suspeitos do caso que está trabalhando. Mas quando eu digo se envolver, eu quero dizer se envolver meeeeesmo! Todos os casos que se interessa envolvem algum trauma ou crime aparentemente cometido sem nenhum motivo. Até que, ao investigar, ele começa a descobrir casos e situações que tornam aquele crime real. Nas duas primeiras temporadas trabalhou-se muito com especulações e os suspeitos eram pessoas comuns com histórias complexas. Até que chegamos a essa temporada...


Quanto mais Matt Bomer, melhor!

Que homens!


A terceira temporada demora um pouco pra pegar no tranco, assim como as suas antecessoras, porque antes de você ser imerso no crime, será apresentado todo o contexto da trama e o enredo dos novos personagens. Uma vez que o único personagem recorrente na série é o detetive Ambrose, todo o elenco sempre é renovado para que novas histórias possam ser contadas.


Por falar em detetive, Bill Pullman continua maravilhoso com a sua atuação sutil e precisa, claro que seu charme contribui muito para você não conseguir ̶p̶a̶r̶a̶r̶ ̶d̶e̶ ̶b̶a̶b̶a̶r̶ tirar os olhos da tela. Já Matt Bomer com seu personagem Jamie Burns, deixa um pouco a desejar no inicio por ser muito apático e pouco interessante e só a partir do terceiro episódio é que você começa a ver sentido na construção do seu personagem e é aí que a coisa fica boa!


Crimes do Colarinho Branco, digo, de James Burns

Não disse que é bom apenas pela história!


Essa temporada explora ainda mais a pisque do personagem central em alguns momentos realmente perturbadores, como na cena em que ele imagina seu amigo Nick quebrando as pernas e o pescoço de um bebê!


Jamie é um homem perturbado e que não vê sentido na vida, em crenças ou nas amarras que a sociedade nos impõe, e é seu amigo Nick que tenta sempre levá-lo a confrontar esses limites sociais. A terceira temporada nos convida a questionar a civilidade humana e como somos treinados desde sempre a evitar falar sobre a morte, como debatemos muito pouco os conceitos de certo e errado, moral e imoral, ético ou não ético. Nick é o centro desses questionamentos, um personagem profundo e manipulador que consegue exercer toda sua influencia sobre Jamie que é mentalmente instável.


"Quanto mais você nega o que está dentro de você, mais essa coisa te persegue!"

Também me pareceu um pouco irresponsável a série não apresentar nenhuma mensagem de alerta antes dos seus episódios mais polêmicos, assim como fizeram com 13 Reasons Why, por exemplo! Claro que a série tem classificação indicativa e tudo mais, mas nada me tira da cabeça que algumas ideias jogadas ali (muito inteligentes por sinal) podem ser um gatilho para pessoas influenciáveis ou que estejam passando por momentos sensíveis em suas vidas.


Jamie & Harry

A relação estabelecida entre os dois é umas das mais profundas que Harry já teve com os seus suspeitos até agora!


Nas temporadas anteriores, Harry se interessava pelos suspeitos por acreditar na inocência deles ou por acreditar que o que quer que tenha disparado o gatilho de assassinar alguém possa ser resolvido, entretanto, com Jamie a coisa fica diferente, os dois são iguais e estabelecem uma relação perigosa que coloco todos ao redor de Harry em perigo.


A Dependência emocional


Em um dos melhores episódios da temporada, Jamie decide colocar em prova a sua teoria de que todas as pessoas do mundo são manipuláveis, seja através do medo ou por sugestão e isso é assustadoramente realista, a forma como as pessoas evitam desesperadamente falar sobre assuntos desagradáveis mas que são inerentes a vida de cada um, portanto, inegáveis.


Por exemplo, se você conhece alguém que morreu de forma trágica, também deve conhecer pessoas que evitam falar sobre as circunstancias que levaram àquela morte! É esse o tema central dessa temporada. O que é certo? O que é Deus? O que acontece se você desafiar a morte num jogo de sorte?


O texto deste episódio em questão é muito inteligente e consegue nos manter tensos durante todos os acontecimentos e da instabilidade emocional do protagonista. Até que a história de Jamie seja totalmente revelada nos episódios finais, você se pegará questionando se o que está vendo é real ou não!

Muito mais envolvido que das vezes anteriores, Harry faz coisas realmente assustadoras para entender o que acontece na cabeça do suspeito.


Parece que dessa vez, os acontecimentos deixarão consequências na vida de Harry para dar mais profundidade ao personagem nas futuras temporadas. Assim, os eventos não parecerão que foram esquecidos quando uma nova história começar a ser contada, mas, se tudo que aconteceu não deixar marcas em sua personalidade e no seu futuro, será melhor encerrar a série por aqui.


Isso é uma crítica que me aflige desde as temporadas 1 e 2. Por mais que fossemos apresentados à alguns fatos do passado de Harry, eles parecem não fazer diferença na vida do personagem que vemos hoje. Embora todos os casos sejam uma referencia à coisas que já aconteceram com ele (e isso é apenas uma teoria minha).


Outro detalhe que é um pouco incomodo é o fato de as coisas acontecerem meio forçadamente apenas para ter história pra contar em sete episódios, por exemplo: Jamie está na ala psiquiátrica de um hospital para consulta onde os médicos e os seguranças já foram avisados que ele poderia representar riscos, então ele é super vigiado e SIMPLESMENTE consegue fugir correndo por ficar desconfiado. Nem quando eu tentei fugir de tomar uma injeção no postinho com a minha amiga foi tão fácil, o que me faz pensar se o sistema de saúde dos EUA é tão precário quanto pareceu, viva o SUS!


E claro que não poderia deixar de exaltar a produtora da série, Jessica Biel, porque a bicha arrasa! Inclusive, na primeira temporada ela é a suspeita do caso. Na ocasião, sua personagem está na praia, levanta e mata um desconhecido a facadas e cabe a Harry descobrir o motivo disso!

Honra, glória e créditos pra essa mulher maravilhosa!


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