@luigienricky
Análise | The Witcher: Temporada 2 - Episódios longos com vários nada decepcionam mais que divertem
O bruxão mais g̶o̶s̶t̶o̶s̶o̶ poderoso da Netflix retorna para uma segunda temporada cheia de promessas e com pouca ação. Apesar de decepcionar bastante, a série ainda consegue entregar momentos emocionantes e nos faz querer ver mais da relação de Geralt e Ciri no futuro, se é que existirá um futuro após uma temporada frustrante.

Anteriormente...
No começo da história, acompanhamos as jornadas de Geralt, Yennefer e Ciri e o desenvolvimento de cada um para o que viria a acontecer nessa continuação, especialmente às duas últimas. Só no final da temporada é que descobrimos que cada um estava em uma época diferente tomando decisões que afetariam diretamente as vidas uns dos outros. Foi só na última cena do último episódio que Gerald e Ciri finalmente se encontraram.
A segunda parte da história começa algum tempo depois desse encontro e logo nos primeiros minutos de cena já percebemos que os dois protagonistas já tem uma relação solida e estabelecida, ainda que um não confiem direito no outro. A partir daí, a série foca exaustivamente na construção dessa confiança.

Ciri
A temporada dois torna Ciri muito mais protagonista que o próprio Geralt. Toda a trama gira em torno dela, da descoberta de quem é e do que poderá tornar-se caso não seja bem instruída durante o desenvolvimento dos seus poderes.
É gratificante ver a evolução da menina que passou a temporada passada fugindo e a mulher que se tornou querendo ficar cada vez mais forte e corajosa, fortemente inspirada pelo seu protetor e os demais bruxos que conhece, entre eles o "pai" de Geralt (Kim Bodnia - Killing Eve).
Infelizmente, todo esse desenvolvimento toma muito tempo de tela o que acaba comprometendo os outros personagens que parecem simplesmente jogados. Francesca, Jaskier, Istredd e Dara são simplesmente jogados com seus dilemas e o espectador que se esforce para entender a relação de todos eles com Ciri. A guerra dos Elfos também é super negligenciada pelo roteiro, confesso que precisei dar uma pesquisada na internet para entender melhor tudo que assisti.

Assim como na sua temporada antecessora, nos episódios finais tudo faz sentido e se conecta trazendo lógica e sentido para tudo que você assistiu e pareceu solto na história. Infelizmente, as coisas não se encaixam corretamente e fica difícil entender quem é o que, de que lado está e por que está querendo (ou não) lutar nessa guerra que está por vir.
Em certos momentos o roteiro é tão arrastado que precisei levantar do sofá e tomar um café forte para não pegar no sono, ainda que os diálogos sejam interessantes, o que é uma pena!

As coisas melhoraram, mas nem tanto...
Uma notável evolução na série foi em relação aos efeitos especiais. Principalmente no que diz respeito aos monstros, a técnica de animação usada evoluiu bastante. Infelizmente, no que se refere aos cenários, ainda tenho a impressão que to vendo aqueles episódios bizarros de Once Upon a Time em que os personagens parecem descolados da tela dando aquela vontade de gritar: "Isso aí é fundo verde!" mesmo sabendo que a maioria é...
Embora seja parte do roteiro da série, algo que me incomodou muito foi o fato de Yennefer passar a temporada toda sem poderes (o que deve ter barateado os custos de produção) e mesmo que tenha contribuído positivamente para o desenvolvimento dela, tirou muito do brilho da personagem, o que é uma pena. Quando precisa de fanservice, cadê?

Mesmo com acontecimentos importantes que fazem a história avançar, a série parece muito mais arrastada do que o normal e tirou de mim aquela vontade de maratonar me fazendo apreciar a obra em doses homeopáticas.
De qualquer forma, ainda não acabou e há muito o que contar (ou cantar se Jaskier não for abandonado de novo) sobre as peripécias de Geralt, Ciri, Yennefer e companhia...
