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  • Foto do escritorGiulia K. Rossi

Análise | Um Crush Para o Natal - O romance LGBTQ+ que a gente sabia que queria!

Nesse final de ano, o que não faltou foi o lançamento de várias produções natalinas na dona Netflix. Porém, a patroa dos streamings resolveu inovar a fórmula clichê com uma pitada de representatividade, e lançou a tão esperada comédia romântica, Um Crush Para o Natal, que aposta em um protagonismo LGBTQ+ mais do que necessário. Mas será que o filme cumpre tudo aquilo que promete?


O longa acompanha Peter (Michael Urie), um homem que, cansado de ser julgado por ainda estar solteiro, decide convencer o seu inseparável melhor amigo, Nick (Philermon Chambers), a fingir ser seu namorado durante o feriado na cidade de sua família. Entretanto, o plano não vai conforme os dois esperavam, pois a mãe de Peter decide juntar o filho com o charmoso James (Luke Macfarlane).



É gay, e tá tudo bem!


Logo de cara, um dos grandes pontos positivos do filme é a sua representatividade dentro e fora das câmeras. Repleto de atores LGBTQ+, a produção ainda conta com uma representação genuína da comunidade nas telhinhas, sem forçar a barra ou se entender em estereótipos. Os dois protagonistas, por exemplo, possuem personalidades diferentes e cheias de nuance, que quebram o paradigma de que existe "um jeito certo de ser gay".


Além disso, o fato da história acompanhar um homem gay não é o ponto principal da narrativa, visto que seu interesse amoroso é desenvolvido como qualquer outro. Nada de drama, cenas chocantes de saída do armário, ou conflitos internos ou externos relacionados a sexualidade. Apesar de competir com outros recentes filmes natalinos LGBTQ+ (Happiest Season, cof, cof), Um Crush Para o Natal é, de fato, um filme leve e aconchegante, que busca normalizar relacionamentos homoafetivos. Tudo o que a gente sabia que precisava!


Nevando clichês...


Contudo, assim como a grande maioria de produções do streaming, o longa parece sofrer com o seu tempo, e peca ao se aprofundar em algumas questões, que prejudicam a trama como um todo. O roteiro apressado e um tanto superficial dificulta até mesmo que o elenco talentoso pelo qual a produção é formada, consiga encontrar o seu momento de brilhar. O mesmo é sofrido pela dupla protagonista, que luta para encontrar interações românticas.


Mesmo que enfeitando a fórmula clichê das comédias natalinas com um toque de originalidade, fugindo do romance comumente vivido entre um homem e uma mulher, o filme continua abusando de clichês e, infelizmente, se perde dentro deles. A gente adora um bom clichê ou outro, mas aqui temos peças de natal, famílias enxeridas, mães super protetoras, melhores amigos apaixonados, triângulos amorosos, dúvidas profissionais, falsos relacionamentos, tudo junto e misturado. Dá próxima vez é melhor focar em apenas alguns!


Em meio ao emaranhado de ideias e situações que o filme busca retratar, ele ainda consegue captar o aconchegante espirito natalino, mas não sem sacrificar uma coisa ou outra. Por um lado, o casal principal é envolvente e carismático, e dá aquele quentinho no coração torcer por eles (especialmente quando a gente anseia por um beijo do vale!), mas, de qualquer maneira, falta momentos em que a relação da dupla transparece mais do que apenas amizade e companheirismo.


Livre de drama!


Sem dúvidas, Um Crush Para o Natal é prejudicado por alguns deslizes, porém, a sua mira é certeira quando o assunto é produção queer leve e divertida. Ambientado naquela típica atmosfera natalina, cheia de luzes, neve, e tradições familiares, o longa entrega um romance LGBTQ+ fofo e despretensioso, cuja única exigência é mostrar que também é válido, e não precisa vir acompanhado de lágrimas, crises e corações partidos.


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