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  • Foto do escritorGiulia K. Rossi

Análise | Volta pra Mim - Os clichês da comédia romântica sem perder a graça!

Os amantes das comédias românticas dos anos 90 matam a nostalgia de tempos em tempos com alguma produção da dona Netflix (ainda que a qualidade passe longe), mas, dessa vez, a senhorita Amazon Prime Video entrou para a jogada! O filme Volta pra Mim (I Want You Back) estreou esse mês na plataforma, e promete resgatar vários clichês do gênero com um toque de ironia. Será que a obra agradou os cínicos e os românticos?


A trama segue Peter (Charlie Day) e Emma (Jenny Slate), dois adultos de trinta e poucos anos que acabaram de levar um "pé na bunda" das suas supostas almas gêmeas. Compartilhando da mesma dor de um coração partido, ambos se unem em uma improvável amizade, e resolvem sabotar os relacionamentos de seus ex para reconquistá-los.

Em boa companhia


A gente está falando de uma rom-com, então, é claro que já sabemos como vai ser o desenrolar dessa história. A trama, inclusive, conversa com vários outros filmes do gênero, como o sombrio A lente do amor, estrelado por Meg Ryan e Matthew Brooderick. Dessa vez não temos grandes nomes como protagonistas, mas Day e Slate fazem um trabalho incrível.


Os dois personagens principais são cheios de falha, e o roteiro não tenta esconder isso. Emma detesta o seu emprego e divide um apartamento com um casal de universitários, enquanto isso, Peter tem medo de correr atrás de seus sonhos, e parece preso em sua própria rotina. A dinâmica e química dos dois, contudo, é sempre divertida e cheia de diálogos envolventes, por isso rapidamente torcemos pela dupla, mesmo em seu pior.


Todos têm chance de brilhar!


Porém, o filme não se sustenta apenas com a dupla protagonista, e também dá ênfase nos tão desejados exs, Noah (Scott Eastwood) e Anne (Gina Rodriguez). Assim como temos Logan (Manny Jacinto), o novo namorado de Anne. Enquanto na maioria das produções, os ex-namorados são inseridos como os antagonistas da historia, em Volta pra Mim todos os personagens tem o seu crescimento, até mesmo os secundários.


O elenco talentoso, a direção e o roteiro (dos mesmos escritores de This is Us e Com amor, Simon) trabalham bem juntos, e nos entregam uma série de personagens multidimensionais e humanizados, que vão além da figura do "mocinho" e "vilão". Mesmo que de fachada Anne e Noah pareçam superficiais, apenas contribuindo para o clichê do personal trainer bonitão e da atriz mal sucedida, no fim, cada um tem a sua importância ao longo da história, e até mesmo simpatizam com o público


Não é só de romance que a gente vive! (aviso de spoilers)


Como nem tudo é perfeito (com algumas exceções), a produção da Amazon tem quase duas horas de duração, sendo um pouco mais longa do que o necessário. E, mesmo assim, o final te deixa com aquela sensação de "acabou?". Fala sério, um beijinho não é pedir demais!


Entretanto, o longa entretêm com uma série de situações divertidas (algumas mais absurdas do que outras), e é bem mais profundo do que aparenta ser. Não é o filme que vai te fazer se debulhar em lágrimas e refletir sobre a funcionalidade do Universo, contudo, é uma comédia romântica que vai muito além do que só o romance.


Na verdade, o crescimento emocional e profissional dos protagonistas está acima de qualquer interação romântica entre eles (o que podia até ter um pouco mais, não vou mentir...). A narrativa dialoga muito bem com o público adulto que também precisa de um "empurrãozinho" para ir atrás de seus sonhos, mostrando problemas identificáveis, que nos fazem torcer ainda mais pelos personagens principais.


Um Felizes Para Sempre moderno


No final das contas, ainda que a trama aparente um tanto ultrapassada (porque é mesmo), o filme é feito para um público moderno, que embora nostálgico das comédias românticas estreladas por Julia Roberts e Meg Ryan, também anseia por novas obras do gênero (e A Barraca do Beijo não conta!).


Volta pra mim é uma das poucas obras recentes que conseguiu captar esse sentimento. Com um roteiro leve e divertido, o longa aproveita os estereótipos das produções do gênero da melhor maneira possível, adaptando os clichês para os dias atuais e entregando uma comédia romântica que vale a pena ser lembrada.


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