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  • Foto do escritorGiulia K. Rossi

Análise | Wolfwalkers – A magica de uma grande animação 2D

Atualizado: 22 de fev. de 2021


Desde criança, é difícil resistir a uma boa fábula. O filme de Tomm Moore e Ross Stewart, Wolfwalkers, da Apple TV+, aposta nessa ideia do mágico e fantasioso em um espetáculo de animação 2D, que complementa muito bem a sua narrativa envolvente, emocionante e, em alguns momentos, de tirar o fôlego.


A Cartoon Saloon acertou em cheio em todos os aspectos da obra – não é só a Disney que sabe fazer bons filmes de animação! A aventura acompanha a história da corajosa Robyn Goodfellowe (Honor Kneafsey), uma jovem inglesa que se muda para a Irlanda na época de 1650, quando seu pai (Sean Bean) é contratado pelo poderoso Lorde Protetor (Simon McBurney) para exterminar todos os lobos da floresta – uma tentativa do governo de expandir os territórios da cidade.


Porém, a história vai ganhar vida, de fato, no momento em que a aventureira Robyn conhece Mebh (Eva Whittaker), uma Wolfwalker (humana quando está acordada, e lobo quando está dormindo), provando que as lendas que correm pelo vilarejo são verdadeiras. Quebrando todas as expectativas a ela impostas, Robyn desenvolve uma amizade com Mebh, que a faz questionar seus valores e o que realmente importa.

Você vai querer fazer parte dessa matilha!

Muito mais do que aparenta


O folclore e imaginário irlandês estão visivelmente presentes na produção de Stewart e Moore, assim como em obras antigas do último, como a aclamada animação A Canção do Oceano. Nesse aspecto, a dupla não decepciona e, logo no início, os telespectadores já são transportados para todo esse mundo que contempla Wolfwalkers.


Entretanto, o filme é muito mais do que apenas um conto. Permitindo-se explorar assuntos importantes em uma trama simples, a animação brilha e realmente ganha o nosso coração. O desejo de Robyn por liberdade e independência conversa com muitas garotas de sua idade e, principalmente, denuncia questões presentes em nossa sociedade até hoje – o papel da mulher não é na cozinha, é onde ela quiser!


E o filme não para por aí. Explorando questões como a ganância do ser humano às custas do meio ambiente, e até mesmo dando uma aula de história sobre a rivalidade entre a Irlanda e a Inglaterra, Wolfwalkers traz reflexões que atingem muito mais do que só o público infantil normalmente direcionado para obras de animação. Além disso, para quem é um amante do clássico (desvalorizado) O Corcunda de Notre Dame, esse filme carrega a mesma maturidade e questionamentos: quantas ações abomináveis são justificadas em nome de Deus? É cuidadoso, inteligente e brutalmente honesto.

Todo mundo adora odiar um bom vilão, não é mesmo?

Uma explosão de cores!


Provavelmente, o único porém da obra é a sua narrativa previsível, que não foge do que já conhecemos. Se você é fã de animação, sabe muito bem como Wolfwalkers vai terminar, sem grandes reviravoltas no meio do caminho. Entretanto, apesar da fórmula conhecida, a produção não deixa de entreter e inovar em outro aspecto: o visual de cair o queixo!


A paleta de cores do filme e o design dos personagens são simplesmente impressionantes. Desde a pequena mas valente Mebh, com seus cabelos volumosos que dialogam perfeitamente com seu espirito livre, até o contraste muito bem pensado entre os tons apagados que constroem a cidade, e aqueles vivos que compõem a floresta, absolutamente tudo chama a atenção do telespectador.


Mas não é só a cenografia que funciona muito bem - essa é a sua hora, roteiro! Em certos momentos, a narrativa até pode ser um pouco lenta demais, o que não necessariamente agrada todo mundo - mas o desenvolvimento bem-feito facilmente compensa. No final das contas, a história acaba por criar o seu próprio ritmo e entretém sem grande esforço, especialmente por conta de seus personagens carismáticos.

Será que Robyn e Mebh aceitam mais uma amiga?

Wolfwalkers com certeza não é sua típica animação, mas ganha pontos exatamente por isso. Desde a sua espetacular animação 2D até a sua história repleta de questionamentos, assistir a mistura de todos os seus elementos ganhar vida é, no mínimo, mágico.


O que você tá esperando para reunir a família e conferir por si só?



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