@tonfabricio
Análise | Remédio Amargo
Atualizado: 26 de out. de 2020
Remédio Amargo é o mais novo filme disponível na plataforma de streaming Netflix. Na história, conhecemos o protagonista Ángel (Mario Casas - Um Contratempo), um paramédico controlador obcecado pela idéia de ter um filho com sua companheira Vane (Déborah François - A Datilógrafa).

Esse relacionamento tóxico se torna ainda mais sufocante após Ángel sofrer um acidente durante o trabalho, deixando-o paraplégico. Sendo incapaz de fazer tudo que fazia antes, suas paranóias ficam ainda mais fortes contra sua amada. Vane percebe o abuso psicológico em seu relacionamento e decide deixá-lo.
O abandono e a falta de controle da situação levam o ex-paramédico se tornar um psicopata, buscando formas de vingança e meios de tê-la de volta, mesmo contra sua vontade.
Uma masculinidade frágil
Ángel tem problemas com sua masculinidade. O personagem não trata bem nenhum homem na história, além de desconfiar que namorada o trai. Vane é destratada o tempo todo, ainda mais quando Ángel insinua que ela não engravida porque não quer.
Seus pesadelos só pioram após o acidente. Além de não ter filhos como gostaria, agora ele não sente prazer sexual, pois perdeu toda sensibilidade em seu pênis. Como se isso não bastasse, Ángel fica sem seu emprego, pois agora necessita viver em uma cadeira de rodas. Aquela sensação de macho provedor deixa de existir, frustrando-o ainda mais.

Vane se sente sufocada cada vez mais devido aos maus tratos e pressões psicológicas. Além disso, ela é criticada quando diz que gostaria de estagiar em sua área. Ángel não quer que ela faça isso, pois perderá parte do controle que ele tem (é o típico boy lixo).
Embora a história pareça incrível, infelizmente os detalhes não são muito bem desenvolvidos e tudo é corrido. Mesmo assim, o fraco enredo tem um lado positivo: alertar sobre os riscos de uma relação abusiva e doentia. Os criadores conseguem apresentar muito bem um personagem agressivo movido pelo ódio e a necessidade de se mostrar mais poderoso.
Furos no roteiro
É um pouco desanimador assistir algumas cenas, pois dá uma sensação de amadorismo no roteiro. Por exemplo, em uma das cena o nosso psicopata quer fazer mal a um cachorro e o dono simplesmente não vê. É um momento ilógico que eu assiste e me perguntei: "Mas como o dono não viu? Como o cachorro foi exatamente ali? O que tá acontecendo com essa história, gente?"

Sem contar no plano do Ángel de manter Vane em cativeiro, usando medicamentos para impedi-la de fugir. Se o personagem andasse, entenderíamos, porém não anda. Por conta disso, muitas cenas se tornam extremamente surreais.
Cheio de altos e baixos, Remédio Amargo é um filme que entretém aqueles que amam filmes de suspense. Não é a melhor produção do mundo, mas vale a pena ser assistido.

Já assistiram o filme?? Corram ver e comentem!!