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  • Foto do escritor@luigienricky

Análise | Big Mouth: Temporada 4 - Responsabilidade Social Politicamente Questionável

Se tem uma coisa nessa vida que eu amo, essa coisa é "animação". A linguagem permitida para contar uma história em uma animação é completamente diferente de qualquer outra mídia. E quando a narrativa é entregue nas mãos de pessoas que sabem o que fazem e gostam de fazer, isso fica evidente e o produto final tona-se tudo o que um fã da arte poderia querer.


Junte a tudo isso muito humor, informação e besteirol no melhor estilo americano e você provavelmente estará próximo do que é Big Mouth. Mas será que a quarta temporada consegue manter a qualidade das temporadas anteriores ou a série já começa a apresentar desgaste? Para saber a resposta é só rolar o seu dedinho e descer a pagina para conferir a nossa análise completa.

Alguns personagens ganham destaque muito merecido nessa nova temporada!

Vamos tratar de tirar o Elefante da sala


Uma coisa que precisa estar clara para quem vai assistir Big Mouth é que a série é um típico besteirol americano. Então se você não curte o humor peculiar dos nossos companheiros de continente, pode achar alguns momentos bem sem graça! Mesmo que eu já esteja apegado aos personagens e esteja acostumando com o roteiro e tipo de humor, alguns momentos dessa temporada me fizeram revirar os olhos por causa de tanta piada ruim por metro quadrado.


Em algumas situações importantes e informativas como no tratamento da depressão, o roteiro erra terrivelmente, mesmo tentando acertar. Embora o conceito em si seja muito bom e bonito, pode passar uma ideia errada para os pais de adolescentes que conseguirem acompanhar a história, dizendo que a depressão pode ser vencida se você simplesmente levantar da cama e ser mais grato. Quem já passou por isso sabe que as coisas não funcionam assim e como esse tipo de "otimismo" pode ser tóxico, irritante e conseguir o efeito contrário.


A Dona Netflix bem que podia exigir um pouco mais de cuidado dos roteiristas ou botar um anúncio antes de cada episódio como já fez em outras séries como 13 Reasons Why, por exemplo!

Um dos novos monstros hormonais, o "gratisapo" trás uma ideia linda porém executada de forma perigosa, infelizmente

Mais bem do que mal


Com exceção dessa ideia mal executada, a série continua mais acertando do que errando, mesmo que as vezes jogue ideias e personagens do nada para trabalhar com eles só no futuro.


Os novos personagens são destaque, como sempre. Dessa vez, além do Gratisapo também somos apresentados ao Mosquito da Insegurança que junto à Gata da Depressão passam uma imagem forte quando apresentam de forma cômica o estrago que esses monstros podem causar quando se unem. Esses momentos são muito bem executados e apresentam de forma visual o que esses sentimentos podem causar em quem os sente. Quem foi que disse que o humor não pode ser informativo também?

A personagem trans introduzida no primeiro arco aparece, ensina sobre pessoas trans e não da mais as caras

A essa altura você já deve saber que Big Mouth é uma série que satiriza situações sérias de forma cômica. Mas caso não saiba e seja uma pessoa sensível, pode se sentir mal quando começarem as piadas sobre 11 de Setembro, sexualidade, genocídio, Racismo, Machismo, etc...


É claro que por trás de todo humor existe muita crítica social, principalmente no que diz respeito à hipocrisia cada vez mais presente nas nossas vidas. Especialmente dos brasileiros e estadunidenses. Então antes de esbravejar que a série esta sendo desrespeitosa, avalie se foi apenas uma piada de mal gosto ou se tinha alguma mensagem subliminar que te fará pensar o dia todo no assunto.


Personagens secundários ganhando o devido destaque


Até agora a série se focou muito em seus protagonistas Nick, Andrew e Jessie, ainda que na temporada passada tenhamos tido destaque para o Treinador Steve e Missy. Dessa vez, todos eles, menos Missy que continua com um destaque maravilhoso sobre a importância da cultura negra na vida de uma criança criada por pais brancos, são deixados de lado e passamos a acompanhar os dilemas de outros personagens.


A temporada quatro foca na pressão que existe nos adolescentes para descobrir quem realmente são. E quais personagens seriam melhor para representar este dilema que o núcleo LGBTQIA+ com Matthew lutando pela aceitação dos seus pais e Jay com seu novo

relacionamento entrando em conflito com seus amantes Almofada e Travesseiro?

Todo LGBTQIA+ com pais cristãos poderão se sentir representado com Matthew e sua mãe

A quarta temporada é dividida em três arcos, assim, todo mundo tem sua chance de aparecer um pouquinho e brilhar. Seja no acampamento com a primeira menstruação, de volta a escola reencontrando a galera um pouco mais velha que na temporada passada ou no possível fim do mundo causado pelo grande pequeno vilão da temporada toda, A Insegurança!


O fato é que em meio a tantos personagens interessantes (outros bem bobocas como o Treinador Steve) e a melhor monstra hormonal de todos os tempos, vulgo Connie, a série não parece nadar para um final em breve pois ainda existem várias histórias que podem ser contadas, mas seria legal que o humor fosse inteligente o tempo todo e que as piadas de cocô fossem deixadas de lado no futuro para a alegria geral da nação.


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