Felipe Lucas
Jogos de Tabuleiro: a tradição vive!

Não é novidade para ninguém que os depois da invenção dos videogames o mundo foi praticamente dominado pelos jogos eletrônicos, não é mesmo? Mas o que muita gente não sabe é que os precursores desses jogos, os chamados jogos de tabuleiro ou board games continuam vivíssimos, movimentam milhares de dólares no mercado mundial e atraem cada dia mais adeptos.
Tá bom, eu sei o que você está pensando: “Eu já conheço esses jogos, meu primo tinha um Banco Imobiliário e eu sempre terminava falido depois de pagar o aluguel por ter caído no Morumbi”. Pois é meu amigo, todos nós, mas na verdade o maravilhoso mundo dos board games vai muito além dos jogos populares vendidos em lojas de departamento.

De acordo com o banco de dados do site americano BoardGameGeek, existem atualmente mais de 80 mil títulos, entre jogos de tabuleiro, card games e expansões!
Incontáveis designers e editoras trabalham a todo vapor para proporcionar novos lançamentos a cada ano, mostrando que a indústria de jogos de tabuleiro não está para brincadeira.
Um hobby antigo

A popularização dessa categoria de jogos aconteceu na Europa do século XX, onde os chamados Euro Games faziam parte dos momentos de lazer das famílias, o que manteve o mercado sempre aquecido e em constante inovação. Esses jogos caracterizados por regras simples e alto teor estratégico logo se tornaram os queridinhos de muitos países europeus, principalmente a Alemanha.
O sucesso dos jogos Euro inspirou os nossos colegas americanos a produzir os seus próprios jogos, entretanto eles não queriam saber de jogos simples, e sim jogos altamente temáticos onde o fator sorte era muito presente.

Assim os board games reinaram praticamente absolutos até a década de 80, quando perderam considerável força e espaço na sociedade norte-americana com o boom dos arcades e consoles domésticos.
Mas a mesma tecnologia que tirou eles da jogada fez com que voltassem a ser populares na ultima década, sabe como? Através da internet! Essa nova categoria de board games, chamada por muitos de 2ª geração, tem como características regras fáceis, partidas rápidas e alta interação entre os jogadores.
Mas eu tenho o meu Nintendo, por que jogar?

Em tempos de relações líquidas, os board games têm conquistado jogadores principalmente pelo fato de serem jogos sociais. Eles são capazes de proporcionar a divertida experiência de reunir os amigos, jogar estilo olho-no-olho e observar as reações do seu adversário, como por exemplo, no jogo A ilha do tesouro (Editora Conclave, 2020) onde você precisa descobrir em que lugar da ilha o seu amigo pirata escondeu o tesouro dele enquanto ele tenta te enganar no interrogatório. Ou então eles podem te render boas risadas como naquelas partidas de Dixit (Galápagos Jogos, 2008), onde você tem que descrever uma arte abstrata em uma palavra, frase ou som (você pode cantar também, o que seria ainda melhor!).

Além disso, nos board games você sempre tem a oportunidade de manusear os belos componentes do jogo o que torna a experiência mais lúdica, como por exemplo, no jogo Planet (Paper Games, 2020) onde cada jogador segura nas mãos o seu próprio planetinha 3D enquanto o constrói e povoa com novas espécies de animais.
Por fim os jogos de tabuleiro proporcionam experiências altamente imersivas e interpretativas, em uma partida você pode ser um dono de restaurante espacial que serve comida para alienígenas, como no jogo Space Cantina (Ace Studios, 2016), em outra você pode ser um elfo detonando com os zumbis que assolam um povoado na idade média como em Zombicide: Black Plague (Galápagos Jogos, 2015), a escolha é sua!

E aí, deu vontade de experimentar esses jogos e conhecer esse universo mais a fundo? Conta aqui pra gente nos comentários qual a sua experiência com os board games!